De baixo da terra. Bem-vindos à nova era. Os anjos não
dormirão esta noite, eles tentam apenas não chorar. O céu pintar-se-á de
cinzento, as árvores gritarão, a terra tremerá, as criaturas do submundo
chegarão, dominarão cada animal, cada flor, cada humano. Os mascarados
aparecerão, mas desta vez sem a mascara, render-se-ão perante o demónio. O
inferno apoderar-se-á do mundo, o cinzento dominará esta área. Trevas avistam-se
no horizonte, cada vez mais perto. Despeçam-se do sol, ele não viverá mais.
Ouvem-se cânticos, antigos, macabros. As crianças choram, lágrimas cinzentas
são o que lhes resta, inocentes, mais leves que uma pena. As sombras chegarão
assim que o sol explodir. Se adormecermos não sonharemos com mortos, é pior que isso,
é uma nova era, a era deles. A terra pertencer-lhes-á assim que os demónios
dominem este lugar. Já cheira a morte, cheira a sangue. Começo a sentir as
costelas a tremer, as cavidades das minhas pálpebras. Caiem estrelas, a
escuridão ofusca o seu brilho, a sua vida. Não há mais amanhecer, não há mais
dia, será noite até ao último demónio desaparecer. Ouve-se, agora, a sinfonia
do choro final.
escreves tão bem ugh
ResponderEliminarobrigadissimo !
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