sexta-feira, 24 de maio de 2013

Demónios - Terra do Fogo

   Acordou-se o monstro. chegaram as trevas. As cinzas apoderam-se finalmente do céu. O sol acabou de explodir, caem-se os restos dessa tão grandiosa fonte de vida, no chão, agora escuro. Há anjos a gemer por toda a parte, chegou, finalmente, uma nova era.
  Bem vindos, á terra do fogo. Cuidem das vossas almas, enquanto a chama das mesmas sobreviver, vós, criaturas do bem não morrerão. Não sonhem mais com fadas, pássaros, amor, a verdadeira vida, está mais perto do inferno que qualquer buraco negro.  Porque falam de eternidade? Nada nesta vida, é infinito, Assim como as estrelas, elas também morrem, lindas não é ? a verdade é que isso não lhes serve de nada, acabaremos todos por morrer, é a única certeza, de que vale ter ou não dinheiro, o nosso futuro é tornar-mo-nos demónios, apoderar-mo-nos de almas inocentes, canibais da morte.
  Procurem os vossos próprios meios de salvação, mas não se preocupem, estarão mortos assim que o dia acabar.
  Não vale a pena chorar pelos vossos filhos, ainda acreditam que sobreviverão? Estão todos destinados ao mesmo futuro, cruel e asqueroso. Cavem as vossas covas, venerem as vossas feridas, são elas que vos salvarão, não eu.

sábado, 18 de maio de 2013

A doença

És o mais temido pesadelo, normalmente acharia que as criaturas mais malvadas neste mundo seriam os humanos, até te conhecer. És todos os problemas do universo num só corpo. E eu, como qualquer humano achava que só aconteceria a desconhecidos e jamais a mim mesmo ou aos que amo, mas era apenas um sonho, uma mera ilusão, uma falsa esperança, quase tão falsa quanto a humanidade de hoje em dia. É verdade que sempre vivi revoltado com a vida, com tudo e todos, não que quisesse mas as experiências sempre me deram motivos para tal, e tu és só mais um, o maior. Fala-me, diz-me, conta-me como é ser mais odiado que a própria morte? Sim, porque quem morre, não sente, não sofre e mal tu apareças na vida de uma pessoa o mundo desaba e a dor é tanta que para esse individuo a criatura mais desejada é a morte. Apenas te peço que não te aproximes de pessoas de bem, das pobres crianças inocentes e de todos aqueles que amo. De mim, estás dispensado, render-me-eí assim que o sol se puser.

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Demónios - Bem-vindos à nova era


De baixo da terra. Bem-vindos à nova era. Os anjos não dormirão esta noite, eles tentam apenas não chorar. O céu pintar-se-á de cinzento, as árvores gritarão, a terra tremerá, as criaturas do submundo chegarão, dominarão cada animal, cada flor, cada humano. Os mascarados aparecerão, mas desta vez sem a mascara, render-se-ão perante o demónio. O inferno apoderar-se-á do mundo, o cinzento dominará esta área. Trevas avistam-se no horizonte, cada vez mais perto. Despeçam-se do sol, ele não viverá mais. Ouvem-se cânticos, antigos, macabros. As crianças choram, lágrimas cinzentas são o que lhes resta, inocentes, mais leves que uma pena. As sombras chegarão assim que o sol explodir. Se adormecermos não sonharemos com mortos, é pior que isso, é uma nova era, a era deles. A terra pertencer-lhes-á assim que os demónios dominem este lugar. Já cheira a morte, cheira a sangue. Começo a sentir as costelas a tremer, as cavidades das minhas pálpebras. Caiem estrelas, a escuridão ofusca o seu brilho, a sua vida. Não há mais amanhecer, não há mais dia, será noite até ao último demónio desaparecer. Ouve-se, agora, a sinfonia do choro final.

sábado, 4 de maio de 2013

Guerra

Os demónios estão a chegar, sinto-o nos ossos . Preparem as armas, preparem a vossa saliva, os vossos olhos. Não deixem que lhes roubem o brilho, é a vossa maior defesa. Estão cada vez mais perto não percam a força. É a vossa vez, falta pouco, sinto-o nos ossos. Sabem o que fazer. Até que os nossos corações deixem de bater, combatam até ao ultimo batimento. É o momento, ressuscitem o monstro. Não deixem que vos suguem a mente, é a nossa maior arma. Procurem o melhor ângulo, a melhor fonte de luz, os anjos não vos ajudarão agora. Estamos sozinhos, não desesperem, os pássaros chegarão. O chão começará a tremer a terra como a conhecemos desabará no vazio, morrerá e jamais voltará a respirar. 'Tum tum. Tum tum ...' acabou para mim. Fiz o possível e o impossível, utilizei todas as armas que podia, gritei, soei. Por agora terminei, já não faço cá falta. Mas voltarei um dia, mais forte, mais guerreiro. Despeço-me, com a primeira e última lágrima.